segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sede de Caetano Veloso


Ah, Caetano! Pobre de mim que repetia aquela ladainha medíocre "blábláblá gosto do Caetano da Tropicália". Aí eu ficava, até que experimentei o Abraçaço. Logo eu, que tenho horror a neologismos, fui pega de surpresa pelo teu feitiço! Fiquei com sede, sede de Caê. 

Não sou crítica de música e nem sei fazer música, sou só louca por música. Vale? Vou dar um pitaquinho então.

Versos construídos com maestria e saborosamente harmonizados com um som porreta. Tudo exala vigor no novo trabalho de Caetano Veloso, mas há um contraponto, aquela voz malemolente, malandra, que passeia com propriedade e nos envolve como um abraço, um abraçaço. 

Não, Caetano não se reinventou na minha irrelevante opinião. Reinvenção soa como uma ruptura, não acho que há ruptura, Abraçaço me parece parte do processo de desenvolvimento de um dos artistas mais espertos do mundo. Aham, eu disse "MUNDO". É que o Caetano é um carioca com gosto de dendê, ou um baiano com aroma de tucupi, ou um amazonense com cheirinho de chimarrão, quiçá um gaúcho temperado ao estilo de Ferran Adrià. Caetano é o cara, não… Caetano é foda mesmo! Fodão, foderástico! Ai de mim, odeio neologismos! 

E vejam só que belezura! É que a Bossa Nova é Foda, só podia ser!    





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