segunda-feira, 4 de março de 2013

Uma breve nota sobre nossa gente


Estou escrevendo para o blog menos do que eu gostaria. Tenho um artigo em preparação sobre o escândalo das companhias de ônibus interestaduais, mas ainda não o terminei. Quero escrever algo o mais detalhado possível. Então fica a dúvida cruel: publicar todos os dias qualquer coisa ou publicar ocasionalmente um texto melhorzinho? A minha única certeza é tentar produzir material inédito e não adotar a estratégia de alguns blogs que copiam descaradamente conteúdo de terceiros. Enfim.
Bom, o fato é que voltei há pouco de uma viagem à Itália. Como foi minha segunda visita ao Velho Mundo eu não estava tão empolgada quanto na primeira vez, então notei algumas coisas que da primeira vez passaram batidas. Antes de avançar nesse ponto, gostaria de destacar que adorei todas as cidades que conheci na Itália e tenho um especial carinho pelo povo italiano, sempre amistosos e atenciosos, bom, pelo menos nunca tive nenhum problema com os italianos! Além do mais, adoro a língua italiana e andava pelas ruas prestando o máximo de atenção para ouvir as pessoas conversando, como não entendo muito bem o idioma ainda, meu esforço não deve ser qualificado como "fofoca", certo?
De todo modo, a cada rua que eu atravessava, a cada esquina que parava (literatura vagabunda detectada!) eu me lembrava do meu país e da mania que os brasileiros têm de menosprezar a própria gente. Não estou dizendo que os brasileiros são limpos, educados e perfeitos, longe de mim! Mas não somos os únicos a desrespeitar as regras. Ao menos nas cidades por onde andei na Itália vi muita gente atravessando a rua com o sinal de trânsito fechado para pedestres, vi gente jogando lixo no chão e carros acima do limite de velocidade. Pessoas andavam com suas bicicletas bem nas calçadas reservadas para pedestres e fui, em Veneza, orientada por um italiano a jogar a guimba do meu cigarro num canal! Pois é, mas não se preocupem que não segui a orientação! No mais, os italianos não são os mais pontuais da Europa mesmo. Nada disso desqualifica o povo italiano, de jeito nenhum! Mas não vi tantas diferenças entre eles e nós. Deve ser nossa latinidade, vá saber. 
Bom, mas o que quero dizer com isso é que antes de tentarmos usar a Europa como um modelo de civilização - algo bem simplório tendo em vista a enorme diversidade cultural daquele pedaço de terra - vamos tentar lembrar que lá eles também têm muitos problemas. A Europa não é o paraíso que muitos brasileiros idealizam e, mais importante, as soluções adotadas nos diversos países europeus para os mais diferentes problemas não necessariamente se adaptarão ao Brasil! É mais do que a hora de pensarmos em nossas próprias soluções para os nossos próprios problemas sem nos apoiarmos no ideal de que copiando os europeus chegaremos ao Éden. 
Por fim, não somos os bárbaros que pensamos ser, ou que querem que acreditemos que somos. Apesar dos pesares tentamos melhorar, do nosso jeitinho, no nosso tempo. Vamos valorizar o que temos de bom e aprimorar o que deve ser aprimorado. Vamos pensar em soluções criativas para nossas dificuldades que caibam na singularidade que caracteriza nosso povo e nossa terra.  

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