sábado, 16 de março de 2013

A responsabilidade é de todos nós


Na minha última visita à minha cidade natal, o Rio de Janeiro, cheguei em um dia inglório. Uma chuva torrencial havia atingido a cidade e alagado ruas e bairros inteiros. Era o retrato do caos. A Praça da Bandeira foi fechada, algumas estações de metrô foram fechadas e carros boiavam no rio fétido que brotava dos bueiros. Na rodoviária uma fila imensa de pessoas esperava os táxis que não circulavam por conta da impossibilidade de guiar os carros no meio dos alagamentos e por causa do monstruoso engarrafamento que parou a cidade, especialmente na importante Avenida Brasil. 
Por uns minutos vaguei desolada pela rodoviária pensando em como poderia passar o tempo até ser possível chegar à minha casa carioca, sai para fumar um cigarrinho e vi um ônibus que ia para Central do Brasil. Não pensei duas vezes e corri para o coletivo. Da Rodoviária Novo Rio até a Central levamos mais de uma hora e nesse longuíssimo tempo ouvi o motorista e uma passageira reclamarem sobre aquela situação. "A culpa é do…" "o governo não…" "é um absurdo que…" enquanto a ladainha se desenrolava eu pensava: e não temos também nossa parcela de culpa?

Ok, eu sei que o poder público no Brasil é falho e medidas paliativas e eleitoreiras disfarçam momentaneamente problemas crônicos, mas não podemos esperar que o governo resolva tudo por nós. Precisamos assumir nossa responsabilidade enquanto cidadãos. 
Quando jogamos lixo nas ruas não pensamos que aquele inocente papel de bala ou latinha de refrigerante pode rolar para um bueiro e entupir o dito cujo impedindo que as águas das chuvas escoem para as galerias subterrâneas. Quando não cuidamos das nossas ruas, limpando os bueiros ocasionalmente e mantendo as calçadas limpas e sem buracos, damos uma forcinha para que as águas de março que fecham o Verão corram livremente pelas ruas e ainda ocultem obstáculos para pedestres desavisados que podem meter o pé no buraco negligenciado de nossas calçadas e se ferirem gravemente. Quando jogamos lixo nos córregos contribuímos para que eles encham e levem consigo casas, pessoas e sonhos. E sinceramente, não há poder público que dê conta da [des]educação de nossa população. A prefeitura manda limpar e poucas horas depois vem um espírito de porco e emporcalha tudo novamente! Minha gente, nossos governantes são panacas, mas não são onipresentes e onipotentes. É preciso que a população aprenda definitivamente que cada um deve ser responsável pela manutenção das nossas ruas e bairros, nem vou falar em cidade pois é abstrato demais para os ignorantes, vamos ficar no espaço das vizinhanças mesmo. Como um dito cujo é capaz de emporcalhar o próprio lugar onde vive? Sério, você até pode manter sua casa linda e limpa, mas do que adianta se joga porcaria na rua? Porcaria que entope os bueiros, causa enchentes que levam esgoto para dentro das casas? 
Então vamos parar de culpar apenas os políticos, vamos colocar a mão na consciência e assumir nossa parcela de culpa no caos que se instaura nas grandes metrópoles quando a chuva cai sem piedade. Vamos cuidar do nosso habitat! Não jogue lixo nas ruas, recolha lixo das ruas quando puder, explique para seus familiares, vizinhos e amigos a importância de manter os bueiros e córregos limpos, ande sempre com um saquinho de lixo na bolsa e no carro e coloque seu lixo ali para depois ser depositado nos lugares adequados e, mais importante, não dê desculpas para si! Tenha certeza que você, eu, todos nós, somos responsáveis pelo cuidado dos lugares onde vivemos!

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